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PROGRAME-SE: Quais os principais desafios para fazer TV hoje?

 

CLÁUDIA AIED: Justamente o maior desafio é essa rapidez da informação. Porque agora o público de TV, que antes tinha mais fixação por TV mesmo, ele busca informação em outros lugares, ele vai pra internet, o próprio celular, que ninguém desgruda. O seu desafio é acompanhar esse ritmo e dá ao seu telespectador a mesma informação que ele pode buscar em outras mídias para você segurar, deixar ele próximo de você. E como é que você consegue isso? Com uma linguagem de TV, né? A graça da TV é a linguagem da TV. Embora você consiga isso também na internet, porque agora também tem muita TV web. Mas eu acho que o desafio é você fazer isso, utilizando a TV, que já é uma coisa que o público já ama há muitos anos. Está aprendendo a gostar da internet, aprendendo a gostar de outros veículos, mas a TV ainda é o veículo preferido do público.

PROGRAME-SE: Qual linguagem geralmente atrai o público?

 

CLÁUDIA AIED: Eu posso falar do programa que eu faço, que é mais coloquial, menos engessado, é um programa que circula entre informação e entretenimento, então assim, eu acho que isso é uma mistura que tem dado muito certo em televisão. Você não esquecer a notícia, você não esquecer de buscar uma informação bem apurada e misturar isso com entretenimento. Desse jeito você traz a informação mais perto daquele público, porque o público começa a entender porque que aquilo pode, ou não, mexer com a vida dele. Essa brincadeira entre a informação e o entretenimento eu acho que tem dado um bom resultado.

PROGRAME-SE: Você costuma pensar no público que vai assistir aos conteúdos em outras plataformas?

 

CLÁUDIA AIED: É muita coisa pra pensar, né? (risos). Eu na verdade, particularmente, ainda não tô com essa ideia ainda, tô muito presa ao meu público de televisão, embora eu saiba que ele vai buscar também informação na internet. Eu tenho um quadro que é com uma blogueira de internet, que é a Fabiola, então é claro que há essa interação entre a televisão e o que ela faz no blog dela e eu sei que ela falando aqui, as pessoas vão buscar o conteúdo lá e vice-versa.

PROGRAME-SE: Como você analisa a interatividade do público da TV?

 

CLÁUDIA AIED: Então, eu acho que essa interatividade tá acontecendo com bastante frequência e a tendência é aumentar muito. Eu tenho percebido que a internet tá cada vez mais forte e talvez, não sei, o público migre mais pra lá, existem muitas teorias sobre isso. Tem muita gente que realmente acredita que é um público que vai acabar indo só pra internet. O que a internet tem de vantagem? Você assiste o que você quer, na hora que você quer. Acho que isso pode ser uma grande vantagem da internet sob a televisão. Mas eu ainda não consigo ver, não tão rapidamente, essa migração. Por enquanto, eu acho que elas estão se ajudando.

 

PROGRAME-SE: Como a tecnologia tem alterado sua rotina de trabalho?

 

CLÁUDIA AIED: Só de Record tenho 23 anos. Só de Record. Então, assim, a minha rotina aqui dentro mudou muito desde quando eu comecei. Eu antes trabalhava com uma fita. A matéria vinha numa fita de vídeo, hoje a gente trabalha com mídia. A gente fazia aquela edição linear que era assim, você ter que por o off, depois lá na fita, lá na frente buscar a passagem, voltar a fita, agora você não tem mais isso, agora você inclui, enfia tudo no computador e faz aquela edição não linear que é muito mais rápida. É muito diferente. Isso deu mais rapidez, agora se você tá mais rápido, você tem que ser mais ágil também na sua informação, na sua apuração. Tudo isso mudou completamente a rotina de trabalho da gente, ficou mais fácil até. Mas o ctrl c, ctrl v que existe hoje é muito perigoso porque as pessoas estão deixando de buscar a informação. Elas estão apenas copiando informação. Isso eu acho um grande risco. Vou checar? Não vou checar? Muita gente não checa.

 

PROGRAME-SE: Diante do presente, como pensar o futuro da TV?

 

CLÁUDIA AIED: Eu acho que a televisão, desde que eu me conheço por gente, desde que eu conheço, que eu trabalho com televisão, ela sempre teve um papel muito presente na vida das pessoas. Então, por conta disso, é de muita responsabilidade o que você põe na TV, A gente continua fazendo esse tipo de televisão. A gente continua formando opinião. A gente continua trazendo informações que podem induzir a comportamentos, a julgamentos. Tem que ter essa consciência, que quando você tá fazendo qualquer programa, ou qualquer tipo de informação dentro da televisão, você está sim formando opinião. Então a sua responsabilidade é extremamente grande. Eu acho que o papel da televisão é de muita importância, de muita responsabilidade e acho que isso tem que ser sempre preservado de hoje para sempre. Com a chegada de outras mídias e, e a internet cada vez mais abrangente, o papel da televisão não vai mudar, mas talvez seja um pouco mais diluído com outras mídias, mas o papel é sempre o mesmo, um papel de muita responsabilidade.

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